Informações: EFE
Fotos: Reprodução
Edição: Jorge Luiz da Silva.
Salvador, BA (da redação Itinerante)
Prestes
a completar 60 anos, John Lydon ressurge no cenário musical. Ele também prepara novo álbum com sua banda Public Image Ltd.
Prestes
a completar 60 anos, John Lydon, ex-Sex Pistols, ressurge no cenário
musical com uma biografia, "Anger is an Energy: My Life
Uncensored" e um novo álbum com sua banda Public Image Ltd
(PiL).
Também
conhecido como Johnny Rotten, o líder do movimento punk publicou
suas memórias "sem censura", onde não poupa fúria e
graça contra seus inimigos frequentes e outras personalidades.
Lydon
tem uma história difícil.
Nascido em 1956 em Londres, ele viveu uma
infância pobre como um personagem de Charles Dickens - "venho
do lixo", declarou.
Ele alcançou a fama universal como o cantor
da banda punk mais famosa de todos os tempos, os Sex Pistols.
Foi
Lydon que, no 25º aniversário da coroação da rainha Elizabeth II,
em 1977, popularizou o verso "Deus salve a rainha e seu regime
fascista". E foi detido, surrado, cuspido, odiado e, sobretudo,
alcançou a glória.
Nesta
autobiografia, a segunda de sua vida, há algumas lembranças das
primeiras memórias escritas por esse ególatra incorrigível,
publicada em 1993 e intitulada "Rotten: No Irish, No Blacks, No
Dogs".
Neste
novo volume, de mais de 600 páginas, ele vai mais longe e confessa
que a ira foi a energia que moveu sua vida. Ela começa na Londres do
pós-guerra, onde teve meningite, era tratado pelas freiras como 'o
sinal do diabo'. Anos depois, afirmou que o catolicismo "é
letal para os cantores".
E
vieram as drogas. Rotten lembrou o pacotinho de heroína com que a
mãe de Sid Vicious presenteou o filho pelo seu aniversário e das
botas da estilista Vivienne Westwood.
Ele criticou seu falecido
agente, Malcom McLaren, chamando-o de "desastre" e
"covarde".
Sem
dúvida, ele mostra no livro uma língua ferina em estado de fúria.
Mas não é para se ofender: John Lydon foi talvez o primeiro
britânico que disse "merda" em um programa da "BBC",
e esse "dom para as línguas" é destilado em toda a
biografia.
O
'avô' do punk distribui as cartas e sempre ganha. "Beyoncé,
Rihanna, Jay-Z são tipo Las Vegas. Na realidade, não há muito mais
por trás. A música nos anos 70 foi tão emocionante porque havia
coisas muito diferentes, não como agora", comentou.
Essa
atitude durona se mantém em toda a narrativa, embora a fluidez ao
contá-la (com a colaboração do jornalista musical do "Telegraph",
Andrew Perry) faz o leitor perdoar o permanente ataque de superego do
tipo "qualquer coisa que eu faça é punk" ou outras
tolices que aparecem impressas sem complexos.
John Lydon, vocalista do PiL, em show no terceiro dia do festival inglês (Foto: Jim Ross/Invision/AP)
Johnny
Rotten dedicou parte do livro a reivindicar o papel de seu grupo PIL
na transformação mundial da cultura popular. É uma forma de
defender seus 40 anos de carreira acima do mito que, de forma
bipolar, alimenta as páginas destas memórias.
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