Texto: Tate
Montenegro. Fonte: Território da Música
Imagens:
covershut.com / coveralia.com
Edição:
Jorge Luiz da Silva
Serrinha,
BA (da redação Itinerante)
Foto: Reprodução
A polêmica entrevista que Rodolfo Abrantes deu ao site da Revista Trip
alegando estar 100% arrependido das composições feitas para o Raimundos, que
fundou com Digão em 1987 e da qual saiu em 2001 após se converter à igreja
evangélica Bola de Neve Church, se transformou em briga entre os
ex-companheiros de banda quando Canisso rebateu as declarações do vocalista em
seu Twitter.
Digão se manifestou através do Facebook, acusando Rodolfo de hipocrisia e
charlatanismo já que o Raimundos é sua “eterna previdência privada, assim como
o chamariz de seus testemunhos ‘Eterno EX-RAIMUNDOS’”. O guitarrista completou
afirmando estar cansado de Rodolfo culpar a ex-banda pelos vícios que tinha
durante a época de sucesso:
“Sem contar o fato dele não ter respeitado os nossos direitos quando saiu
da banda, o que me cansa é essa insistência em associar o Raimundos as coisas
ruins e o seu uso de pó e outras drogas pesadas em sua vida! Amparado pela
verdade e Deus é minha testemunha, isso foi FORA do Raimundos com as "nega"
dele! Muito me admirei quando vi suas declarações, pois nunca tinha visto isso
dentro da banda!”
Mais tarde Rodolfo fez um post em seu Twitter oficial com uma frase que
poderia ser considerada uma indireta a Digão e Canisso:
"Mantenedor a gente não escolhe, mas agradece a Deus por eles. Deus
abençoe com saúde meus queridos mantenedores."
O tweet foi apagado desde então, e o cantor publicou uma nota oficial
adeclarando estar “triste com a dimensão e o rumo que minha entrevista tomou” e
que nunca teve como “intenção denegrir, expor ou culpar qualquer pessoa pelos
problemas que tive no passado que não fosse eu”, pedindo desculpas aos fãs e
integrantes do Raimundos.
Na nota Rodolfo também explica o significado de “arrependimento” para a
cultura cristã e diz que só lamenta não ter aproveitado o momento em que teve
toda uma geração ouvindo o que tinha a dizer sem “edificá-la” como gostaria,
mas afirma que não vive “às custas do Raimundos” até por não tocar mais músicas
do grupo. “Eu recebo os direitos autorais por toda obra que escrevi durante
minha vida.”, disse Rodolfo. O cantor também afirma que o “barulho” gerado pela
entrevista é devido à sua fé, pois o Brasil é um país de “declarada perseguição
religiosa”.
Rodolfo encerra dizendo que deseja “uma vida longa ao Canisso e ao
Rodrigo. Vocês podem pensar o que quiserem de mim, mais nunca vão se livrar das
orações que faço, e continuarei fazendo, em favor de vocês”.
Mas ainda não foi o fim. Depois de receber diversas vezes a declaração em
seu Facebook, Digão resolveu comentar o que considerava relevante do conteúdo,
pois “o resto é o mesmo blá blá blá sem sentido”:
“Shows em cultos como os que ele faz o ECAD também não recolhe pois
igrejas não pagam impostos, eu liguei pra conferir. O grosso do que ele recebe
(95% pra mais) vem do Raimundos, portanto, o Rodolfo dizer de cara lavada ‘eu
não vivo as custas do Raimundos’ só eleva a hipocrisia dele a níveis
astronômicos.
Contradições a parte (vide o comentário acima). Sim, somos seus
‘mantenedores’ com mais saúde (mental também) e alegria que ele possa imaginar.
Mas ele deveria aproveitar a ‘galhada’ que botaram na cabeça dele e socar esse
dinheiro e a ironia "naquele lugar" de quem escreveu isso em seu
Twitter oficial...”
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