Texto: Rodolfo Vicentini
Fonte: musica.uol.com.br
Fotos: Reprodução / Facebook
Slipknot
Edição e arte:
Jorge Luiz da Silva
Salvador, BA
(da redação Itinerante)
Já se passaram 31 anos desde o lançamento de “Cidades em Torrente”, o álbum de estreia do Biquíni Cavadão, e desde então o vocalista Bruno Gouveia procura se renovar: “A graça maior que a gente sente é buscar ou descobrir alter egos da banda. É soar diferente sendo você mesmo”.
O último trabalho do grupo, “As Voltas Que O Mundo Dá”, foi lançado no começo de fevereiro e é o primeiro registro sob produção de Liminha, conhecido por trabalhar com Titãs, Barão Vermelho, Ultraje a Rigor, Kid Abelha e praticamente qualquer artista que já tenha feito sucesso no Brasil.
“Quando a gente estava no meio da turnê dos 30 anos, cogitamos fazer um disco e a tendência seria a gente se autoproduzir, mas pensamos que seria legal realizar um sonho antigo”, conta Bruno ao UOL. Além de tocar baixo, violão, bandolim e guitarra no álbum, Liminha deu sua cara ao trabalho.
“A gente conversou muito sobre cada processo da música e trocava ideia de como seria isso. Foi um professor muito enriquecedor para a gente, contribuiu muito para a sonoridade do disco”, analisa Bruno.
“As Voltas Que O Mundo Dá” resume em 12 músicas a ideia de que “não existe plano ou receita para a vida ser perfeita”. A visão realista do Biquíni Cavadão não deixa de escanteio o lado positivo do que vivemos, como nas faixas “Beijar Sem Fim”, em que o baterista Álvaro Birita relata a primeira vez que conheceu sua futura esposa, e “Soltos Pelo Ar”, que crava: “que tudo seja exatamente como nós não planejamos”.
Prestes a fazer 50 anos, Bruno trabalha com Carlos Coelho (guitarra), Miguel Flores (teclado) e Álvaro desde o início da banda e essa união é o que dá longevidade. “É mais fácil de trocar ideias, já existe um respeito muito grande entre os integrantes, temos calma para mostrar as coisas. Cada artista tem um jeito de conduzir a banda, mas discutimos sempre de forma democrática”.
A turnê 2017 já tem hora e data marcada para começar: 23 de março no Teatro Bradesco, em São Paulo. “Vai ter um momento mais acústico dentro do show e vamos mostrar algumas faixas do novo disco. Conforme a receptividade, vamos tentar aumentar o número de faixas”, planeja o cantor.
Do vinil ao digital, o Biquíni Cavadão passou por diversas fases desde a década 1980. “Acho que a música digital é uma forma como as coisas estão sendo feitas hoje, mas ainda tem muito a crescer quanto a isso”, pensa Bruno.
“Os serviços por streaming são legais, mas trabalha com valores loucos. Você ganha alguma coisa, mas é um valor ínfimo e que acho que quando você tiver falando de milhões e milhões de pessoas ouvindo vai ser honesto”.
Apesar da crítica, Bruno vê a internet como o futuro e um fator essencial para a música e, principalmente, para o fã. “O sucesso não é mais o que a rádio e a televisão impõem para você ouvir. É o que a pessoa quer ouvir, ela vai digitar o nome e vai ouvir o que quiser. Vai descobrindo e conhecendo”, conclui.
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