Texto: LG Rodrigues Fonte: G1 (Santos)
Edição:
Jorge Luiz da Silva
Salvador, BA (da
redação Itinerante)
Preta Rara (Foto: Divulgação)
Compositora explica as mudanças no cenário musical do Brasil.
Artista concilia as funções de cantora e professora de História.
Completando dez anos de carreira em 2015, a
cantora e compositora Joyce Fernandes, mais conhecida como Preta Rara, se
apresentou, nesta sexta-feira (6), em Santos, no litoral de São Paulo. Em
entrevista ao G1, a rapper falou sobre o cenário atual da música no País e como
concilia as funções de cantora e professora de História.
Preta começou a carreira em 2005. Ela
conta que o cenário musical e a maneira de fazer música mudou durante esse
tempo, e também quando comparado às decadas anteriores. "Hoje em dia, está
muito fácil fazer música, seja por meio de aplicativos no celular ou por
programas de computador. Com isso, vejo algumas pessoas descontroladas para
chegar ao sucesso. Comecei a pesquisar como as pessoas faziam música há 30 anos
e era muito diferente, tinha sentimento, alma, respeito e boas letras",
conta.
Foto: Dino Menezes |
No meio do rap, a cantora afirma que houve
uma mudança nos assuntos abordados, o que também ajudou a abrir e
expandir novos horizontes. "Antigamente, era difícil ouvir um rap que
falasse sobre relacionamento amoroso, entre outros assuntos. Conquistamos a
liberdade de abordar qualquer assunto em nossas letras de rap, e vejo que ele
se manteve, mas abriu os horizontes. Existem adeptos que não concordam com essa
nova forma, porém, existem todos os segmentos musicais dentro do hip hop, e
cada um escolhe o que quer ouvir", explica.
Além de se dedicar à música, Preta também é
professora de História e diz que o contato com os estudantes é o
que a mantém sempre atualizada e com novas idéias para canções. "Meus
alunos são antenados em tudo. Às vezes, pela correria do dia a dia, sempre tem
um assunto que passa despercebido. Já fiz várias letras de rap e poesia depois
de uma aula super produtiva. Os debates que eu trago para dentro da sala de
aula também são importantes para mim, pois, com a ajuda deles, consigo saber
como o adolescente pensa no mundo de hoje", diz.
Foto: Dino Menezes |
Apesar do sucesso com os fãs, a
compositora afirma que o preconceito pelo fato de ser mulher existe e acredita
que esse seja um problema da sociedade em geral. "Já sofri, sofro e sei
que sofrerei ainda muito preconceito por ser mulher nesse meio, mas isso não é
restrito à cultura hip hop, a sociedade que é machista. Em alguns lugares onde
me apresentei, o único show da noite em que falhava o microfone era o meu, e
hoje em dia sei muito bem como lidar com essa situação. No começo era muito
difícil", conta.
Para quem quer começar uma carreira musical, a
cantora diz que é necessário conhecer passado e presente da música, antes de se
pensar no futuro. "Acho que uma pesquisa no passado é um bom começo para
iniciar a carreira. Veja alguns trabalhos dos percussores do gênero musical que
você escolheu, como faziam música antigamente e como fazem hoje em dia. Leia
livros que falam sobre música e coloque todo o sentimento para fora por meio de
suas canções, pois quem ouve sua música acaba te vendo pelo ouvidos",
conclui.
Compositora concilia rotina na música e nas salas de aula
Sábado - 7 de março
Música - Ellen Oléria
Sesc, 21h, Santos
Música - Camerata de
Violões BRasilis
Pinacoteca Benedicto
Calixto, 16h30, Santos
Literatura - Poesia ao pé
do Ouvido
Sesc, 12h, Santos
Domingo - 8 de março
Teatro - O Analista e a
Sexóloga de Bagé
Comédia, Teatro Guarany,
20h, Santos
Música - Alice Mesquita in
Concert
Pinacoteca Benedicto
Calixto, 16h30, Santos
Música - Sandra Belê
Sesc, 18h, Santos
Nenhum comentário:
Postar um comentário