Texto: Gabriel Barreira. Fonte: G1 Rio
Edição: Jorge Luiz da Silva
Salvador, BA (da redação
Itinerante)
Ídolo cumprimentou público no Rio em português e esbanjou simpatia
Foto: Marcos Hermes/Divulgação)
Apresentação foi a primeira em uma
arena na América Latina.
Trânsito da Barra da Tijuca atrasou
a chegada dos últimos espectadores.
Paul McCartney morreu. Esta lenda
que ocupou páginas dos tabloides ingleses no fim da década de 1960 perdeu força
há muito tempo e é ignorada por quase todos os quase 15 mil fãs que assistiram
ao ex-beatle nesta quarta-feira (12) no palco do HSBC Arena, Zona Oeste do Rio,
na turnê Out There!. 'Macca', afinal, atualizou as gerações de espectadores
fanáticos. O autor do boato
desacreditado só esqueceu de um detalhe: o cover de Paul teria que ser muito
mais novo do que o original para a história bizarra parecer verdadeira.
Aos 72 anos, Paul parece ter muito
menos idade e carrega uma vitalidade impressionante. Durante três horas, o
artista – vivinho - desfilou sucessos da carreira do grupo londrino e novas
composições da carreira solo numa apresentação intimista, a primeira em uma
arena na América Latina.
Paul cantou mais de três dezenas de
canções. E se arriscou no português, já 'craque' no idioma, com suas vindas
mais frequentes ao país que lotou o Maracanã para vê-lo na década de 90 pela
primeira vez. "É maravilhoso estar de volta ao Rio", disse em
'carioquês', puxando o erre.
Prova da renovação de gerações
aficionadas do ex-beatle, Letícia Queiroz assistiu ao primeiro show de 'Macca'
com a mãe de 63 anos, no ano passado. Aos 31, levou a filha Clara, ainda na
barriga, para comemorar os oito meses de gestação em pleno show da nova turnê,
nesta quarta.
"O último show dele no Rio (no
Engenhão) fui com a minha mãe, agora ela [a filha para nascer] veio comigo. Sou
muito hormonal, chorei tanto no último. Acho que vou chorar de novo",
disse ela, antes do início da apresentação.
Não esperou nem 'All Together Now',
a quem Paul dedicou aos mais novos: "Essa é para a garotada", em
português. Chorou já em 'Blackbird', quando o palco se ergueu e ele cantou à
luz de uma lua cenográfica.
Letícia durante a apresentação do ex-beatle, no Rio de Janeiro
(Foto: Gabriel Barreira/G1)
O show, marcado para às 22h, começou
às 22h30 com 'Eight Days a Week'. Tempo suficiente de espera para a
pontualidade londrina, mas "de menos" para o trânsito carioca –
principalmente o da Barra da Tijuca. Nas primeiras músicas, os espectadores
ainda corriam para preencher as arquibancadas da Arena. Logo na sua primeira
canção, Paul voltou a apostar na simpatia que o ajudou a conquistar o público.
Respondendo às luzes que insinuavam a entrada do ídolo, os fãs gritaram. Paul
tocou no microfone e reagiu como se tivesse a mão queimada pelo calor do
público. Familiarizado com o português, emendou: “Oi, e aí?”
O show já se aproximava do fim,
quando, em 'Live and Let Die', fogos estouraram do palco. A gritaria só
aumentou com o autor emendando 'Hey Jude'. Era o que o público esperava.
Cartazes com "na, na, na" completavam o refrão. Duas espectadoras
foram convidadas ao palco para participar da cerimônia. Elas foram 'tatuadas'
com um autógrafo nas costas. A estudante Victória Aguinaga, de 18 anos, ficou
com inveja. "Eu, que desmaiei duas vezes, que deveria estar lá em
cima", disse às amigas. Foi o primeiro show de Paul na vida dela. Os
outros dois, os pais não conseguiram comprar os ingressos, que se esgotaram.
Público lotou Arena HSBC, na Zona
Oeste do Rio, para ver o ex-Beatles tocar
(Foto: Marcos Hermes/Divulgação)
Nenhum comentário:
Postar um comentário