Texto: Rodrigo Ortega.
Fonte e fotos: G1 (São Paulo)
Edição:
Jorge Luiz da Silva
Salvador,
BA (da redação Itinerante)
Arctic Monkeys em SP
/
Banda
inglesa tocou em SP na noite desta sexta e vai ao Rio no sábado.
Alex
Turner dispensa conversa com público e foca em rock vigoroso.
Não
tem conversa, mãozinha pro alto, nem incentivo a coros do público. Alex Turner
vai direto ao ponto, sem se preocupar em ser instrutor de aeróbica. O caso não
é de antipatia, mas de direcionar a energia para a música. O líder dos Arctic
Monkeys comandou um show pesado e vigoroso na noite desta sexta-feira (14) no
Anhembi, em São Paulo, com ingressos de pista esgotados.
O
show começou por volta das 23h e durou uma hora e meia. A assessoria não
confirmou a quantidade total de presentes. O espaço tem capacidade média para
30 mil pessoas. Depois de SP, a banda toca no HSBC Arena, no Rio, também com
todas as entradas vendidas. Os dois shows no Brasil encerram turnê de quase dois
anos, com 150 shows pelo mundo. Eles divulgam o bem-sucedido álbum “AM”, quinto
da carreira.
Alex Turner durante o show do Arctic Monkeys em São Paulo nesta sexta-feira (14)
Foto: Marcelo Brandt/G1
O
repertório privilegia músicas pesadas. Mesmo quando é mais lento, as guitarras
de “My propeller” e “All my own stunts” entram no lugar que poderia ser das
baladas “Suck it and see”, ”The Sellcat Spangled Shalalala” e “Cornerstone”. As
partes graves e arrastadas renderam um show com um ponto a menos de vibração
que o Lollapalooza 2012. Talvez a chuva fina e fria, que resolveu cair dez
minutos antes de o show começar, tenha interferido.
Não chegou a estragar a
noite, nem desfazer por completo o penteado de Alex Turner.
Apesar
da postura blasé entre as músicas, o quarteto tem boa presença de palco.
O
baterista Matt Helders dá conta de levadas firmes e vocais de apoio agudos.
Mas
é Alex quem atrai toda atenção.
Tudo o que dispensa em conversa fiada, guarda
para a interpretação das músicas.
Ele dança e gesticula para explicar a ode à
musa “Arabella”.
Imita os braços de “Macarena” no trecho que cita a dança em
"Don't sit down cause I've moved your chiair".
Não é pose forçada,
mas dança expressiva, como notou o fã que virou "amigo de balada" da
banda na quinta-feira na rua Augusta.
Os
dois shows da banda inglesa no Brasil encerram turnê de quase dois anos do
bem-sucedido álbum 'AM' (Foto: Marcelo Brandt/G1)
A
única preocupação de Alex Turner além das músicas é o cabelo. A cada dois
minutos, passa a mão nas madeixas. Às vezes vai ao fundo do palco pentear. Sem
ouvir, percebe-se que “I bet you look good on the dancefloor” é a mais animada.
Basta ver que o vocalista se agita tanto que o cabelo até fica um pouco
atrapalhado. Devidamente repenteado, faz o encerramento antes do bis com a
intensa “505”.
No show da Argentina, ele fez a introdução engraçadinha “essa
música se chama ‘505’ e é em ré menor”; no Brasil nem isso.
Antes
de terminar com outra música pesada de desmanchar o penteado - “R U mine” -,
uma rara e breve concessão aos fãs. Alex canta um trecho da favorita de longa
data dos seguidores “Mardy bum”. Faz uma pausa longa e dramática e, em vez de
continuar, volta para o repertório planejado.
Show não é só karaokê e
"greatest hits".
Bom que ainda exista banda que pense assim e cada
vez mais lote arenas.
Fala
pouco; fala muito
Toda
a cota de conversa economizada pelos ingleses foi gasta no falatório do show de
abertura, dos Hives. Ao contrário dos Arctic Monkeys, os suecos não tinham um
disco novo para mostrar em relação ao show anterior no Brasil. O quinteto já
tinha apresentado no Lollapalooza 2013 as músicas de "Lex Hives"
(2012). O espetáculo é o mesmo: o falante Pelle Almqvist brinca de manipular o
público e apresenta cada música com a pompa de um mestre de cerimônia de si
mesmo.
Na
hora de apresentar a banda, o vocalista não é modesto: "Eu sou o babaca
charmoso que você odeia amar". O público compra e fica bem animado para o show de abertura.
De novidade, duas músicas que devem estar no próximo álbum. "Two kinds of
trouble" é pesada e cheia de paradinhas, nada diferente do que sempre
fizeram. "I'm alive" é quase blues, menos quebrada e é mais
dramática. Essa ainda teve dancinha e rebolado de Pelle.
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