Fonte: G1.Globo.com (Da BBC)
Imagens: Google.com.br (Arquivo Jolusi)
Imagens: Google.com.br (Arquivo Jolusi)
Edição: Jorge Luiz da Silva
Salvador, BA (da redação Itinerante)
Carminho chegou a ter vergonha de cantar o
tradicional gênero português; hoje lota casas de show e acerta colaborações de
peso com a música brasileira.
A BBC Brasil encerrou nesta sexta-feira a série de
reportagens apresentando novos artistas da cena musical de Lisboa.
No centro
das atenções, uma cantora que engrossa a onda de músicos ajudando a renovar o
tradicional e mais conhecido gênero português: o fado.
.
Ao longo das duas últimas semanas, apresentamos as
descobertas do jornalista Rodrigo Pinto, que foi à capital portuguesa
investigar por que há tanto interesse internacional na música produzida na
cidade. Os artistas destacados atraem a atenção para gêneros além do fado, como
o kuduro e até o rock'n roll.
Carminho sai da sala de gravação do estúdio Golden Pony, na
Alfama, berço do fado, e se lembra de uma frase do músico e arranjador
brasileiro Jaques Morelenbaum.
"Jaquinho diz que é bom fazer um segundo take (gravar
outra vez) só para termos certeza de que o primeiro take era mesmo o
melhor."
Fadista desde criança, Carminho gravou somente uma vez A
Ponte.
Quando pequena, ela deixou Lisboa com os pais para viver no
Algarve. Lá, sua mãe mantinha uma casa de fados, que colocou Carminho em
contato direto com o gênero.
"Mas eu tinha discos de REM, Milton Nascimento,
Queen... Só percebi que fado era um gênero, e que não era heavy metal, muito
mais tarde", diverte-se.
Este ano, em suas passagens por grandes cidades brasileiras,
a cantora motivou corridas por ingressos, arrancou lágrimas de Caetano Veloso e
selou um futuro de colaborações com a música brasileira que se adequam ao
repertório dela.
"Caetano fez uma música para mim, com o filho dele.
Ouvi, gostei e pedi a ele a canção. Ele disse: 'Claro, Carminho, a canção é
sua'".
No dia seguinte à gravação com a BBC, Carminho voltou ao
Brasil. Foi participar de uma homenagem a Dona Ivone Lara, sambista magistral.
Na sequência, excursionou pelo Norte da Europa.
Em certo momento de sua carreira, a artista diz que chegou
a ter vergonha de cantar fado.
"Naquele momento, o fado era visto como cafona, como
vocês dizem no Brasil. E eu queria proteger o fado, porque o amava."
Essa história mudou.
O bicentenário e tradicional gênero
português parece estar novamente na crista da onda.
Como Carminho.
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