Texto: Bárbara Vieira. Fonte: Clube do Rei.com.br
Edição: Jorge Luiz da Silva
Salvador,
BA (da redação
Itinerante)
Dudu
Braga com a mulher, Valeska Braga (Foto: Celso Tavares)
Baterista da banda RC na Veia, ele se apresentou no
cruzeiro 'Emoções em alto-mar' e também falou sobre a condição de deficiente
visual.
O bateirista Dudu Braga, 46 anos - filho
de Roberto Carlos com Cleonice Rosa - se apresentou com a banda RC na Veia pela
primeira vez no Cruzeiro "Emoções em alto-mar", que acontece desde a
última quinta-feira, 5, com shows do Rei. Cego há 22 anos, Dudu falou sobre a
pressão de ser filho do "paizão", como ele chama Roberto Carlos.
"É complicado. Mas temos de aprender a conviver. A referência é muito alta
porque a interpretação e a afinação do meu pai são muito boas", diz ele,
que se apresentou na noite de sexta-feira, 6, com o pai na plateia. Durante o
show, Roberto deu uma palhinha e cantou "Eu te amo" e "Jesus
Cristo".
"Não adianta, baterista tem mania
de acelerar. Ele me deu um toque para desacelerar três pontos em uma música
ontem", comentou Dudu: "A pressão é insuportável, mas a gente tem de
superar isso".
Sobre uma possível parceria, Dudu é reticente. "Temos
a pretensão de gravar um disco juntos de releituras. Mas gravar uma música
inédita depende dele, que é compositor", desconversa o músico.
'Não
somos coitados'
Dudu perdeu a visão há 22 anos. "Não vejo vultos,
apenas silhuetas. Nasci com glaucoma", explica ele. "A primeira
cirurgia aconteceu com 15 anos. Comecei a tocar aos 9. Toco há 30 anos. Eu
tenho de sentar na batera na mesma posição que fica em casa. É difícil acertar
essa posição, mas a gente se vira. Quando me pedem para dar uma palhinha, é
complicado", diz ele, com bom humor.
Dudu também faz palestras para falar
sobre deficiência visual. "Meu objetivo é conscientizar que a pessoa com
deficiência pode ser produtiva. Não quero o estigma de coitado. Uso a minha
história para mostrar e a gente usa o humor, brinca com isso", conta ele,
que não perdeu o otimismo após perder a visão. "Eu já nasci com esse
otimismo graças a Deus.
Nunca imaginei que fosse ter deslocamento de retina.
Não mudei depois que fiquei cego. Não foi fácil. Mas o que aconteceu comigo
foi, se é que eu posso dizer, bacana, porque aconteceu em dois anos. Em um
prazo de dois anos e meio fiquei sem enxergar. Não foi de uma hora para
outra", comentou ele.
Notícia enviada gentilmente por carlyle.
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