Por: Rafael Sartori
Montagem / TDMusica (Dimebag Darrell, Slash e Elvis
Presley).
Edição: Jorge Luiz
da Silva
Interlagos, BA (da
redação Itinerante)
Portas
fechadas no início foram fundamentais para a trajetória vitoriosa de algumas
bandas e músicos.
Todos
gostam de histórias de superação. De gente que foi rejeitada, mas não desistiu
de seus sonhos e acabou, de um jeito ou de outro, dando a tão famosa “volta por
cima”.
A perseverança, a confiança e a fé realmente são recompensadoras quando
as coisas acabam bem e se tem a sensação de que a justiça foi feita.
O
exemplo mais recente disso no mundo dos negócios é Jan Koum, o ucraniano
fundador do aplicativo Whatsapp. Ele foi rejeitado pelo Facebook alguns anos
atrás ao se candidatar a uma vaga de emprego, mas isso não o desanimou. Pelo
contrário. Decidiu criar sua própria empresa para desenvolver o aplicativo, que
se tornou um enorme sucesso e, recentemente, foi comprado pelo mesmo Facebook
por nada menos que US$ 19 bilhões - entre dinheiro vivo e ações. Já seu sócio,
Brian Acton, também já havia sido reprovado em processos seletivos não só do
Facebook, mas também do Twitter.
Mark
Zuckerberg deve ter se arrependido amargamente de não ter contratado a dupla
quando pode, economizando assim alguns de seus bilhões. Isso me lembrou a
clássica história de Dick Rowe que, no caso, deixou de ganhar os seus. Ele era
o mandachuva da Decca Tapes no início dos anos 1960 e se recusou a assinar com
uma nova banda de Liverpool chamada... The Beatles. Segundo ele, grupos de rock
que usavam guitarras eram apenas uma moda passageira. George, Paul, Ringo e
John tomaram ainda muitos outros “nãos” até conseguirem, finalmente, estrear
pela Parlophone, em 1963.
Já
Elvis Presley, quando tentou a sorte em um famoso programa de rádio de
Nashville, foi aconselhado a se dedicar apenas ao seu outro emprego, o de
dirigir caminhão. Einstein, Tolstoi, Beethoven, Thomas Edison, Walt Disney são
outros gênios que, quando jovens, eram considerados inaptos, incompetentes ou
simplesmente burros demais, e foram desencorajados por seus pais e professores.
Mas isso só deu mais combustível para que se aperfeiçoassem e trabalhassem
ainda mais duro.
Todos
acreditavam em si mesmos e não se deixaram abater com as adversidades. Foram em
frente e venceram. Assim como Koum, existem músicos que, olhando para trás,
podem dar graças a Deus por terem sido rejeitados quando estavam começando. O
guitarrista Slash, por exemplo, foi oficialmente testado para entrar no Poison
no começo dos anos 1980. C.C. DeVille acabou sendo o escolhido não porque ele
tocou melhor, mas porque tinha, principalmente, o visual certo - o que para a
banda significava cabelos loiros, maquiagem carregada e uma jaqueta de couro
branca.
Alguns
anos depois, já totalmente comprometido com o Guns n’ Roses, foi ele quem
preferiu não levar a sério a proposta de Dave Mustaine para entrar no Megadeth.
Os dois se tornaram grandes amigos e faziam jams com frequência no fim da
década de 1980 (por mais estranho que isso pareça), quando a banda estava
procurando um substituto para Chris Poland. Vale lembrar, inclusive, que o
próprio Megadeth surgiu apenas depois da expulsão de Mustaine do Metallica.
Quem
quase aceitou o cargo foi Dimebag Darrell, mas ele exigiu que seu irmão Vinnie
Paul fosse com ele, o que inviabilizou o negócio. Mustaine já havia contratado
Nick Menza na bateria e, no final, Marty Friedman ficou com a vaga de
guitarrista. Dimabag e Vinnie, então, colocaram todas as suas forças no Pantera
e fizeram dela uma das maiores bandas do metal.
Slash
seguiu com o Guns n’ Roses, lançando os dois volumes, extremamente
bem-sucedidos, de “Use Your Illusion”. Alguns anos após dessa turnê, foi a vez
de sua banda “experimentar” Zakk Wylde, antes de ela desmoronar. Segundo o
baixista Duff McKagan, ele e Slash chegaram a compor algumas faixas e a gravar
uma demo com o guitarrista, mas as coisas ficaram por isso mesmo. Zakk Wylde,
por sua vez, já era conhecido por ter substituído Jake E. Lee na banda de Ozzy
- e Jake, vale dizer, só foi atrás do ‘madman’ após ter sido demitido por Dio.
Poderíamos
passar horas fazendo essas conexões e todos esses encontros e mudanças podem
ser creditadas a fatores como sorte, acaso, intuição e até necessidade. Mas já
imaginou o que teria sido de todas essas bandas, de todos esses músicos, e de
todos os discos clássicos feitos por esse pessoal se todas essas idas e vindas
tivessem se concretizado?
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