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segunda-feira, 21 de setembro de 2015

Queen + Adam Lambert em São Paulo: Emoção e repertório de hits


Texto: Lizandra Pronin
Fonte: Território da Música
Edição: Jorge Luiz da Silva
Salvador, BA (da redação Itinerante)

Foto: Stephan Solon/Move Concerts

Freddie Mercury é insubstituível. Inigualável. E por mais que Adam Lambert, o ex-American Idol, seja talentoso e cheio de qualidades, é claro que ele precisaria ter começado a comer feijão com arroz na encarnação passada para ao menos chegar aos pés de Mercury. E é exatamente por isso que é preciso vê-lo no Queen como um convidado que presta uma homenagem a Freddie, e não como alguém que quer tomar seu lugar.

Brian May e Roger Taylor - os únicos da formação original do Queen - acompanhados de Adam Lambert, Spike Edney (teclado), Neil Fairclough (baixo) e Rufus Tiger Taylor (percussão, bateria) se apresentaram ontem, 16 de setembro, no Ginásio do Ibirapuera, na capital paulista, com a casa cheia e os corações apertados de emoção. Um palco chamativo, muitas trocas de figurino, uma iluminação apoteótica e um telão oval ao fundo - o Q de Queen - harmonizavam com a grandiosidade do repertório que seria apresentado na noite.


Foto: Stephan Solon / Move Concerts

Afetação necessária

Digam o que quiserem, o fato é que Adam Lambert combina com a estética da banda no palco: ele tem a afetação necessária que boa parte das músicas do Queen pede. "Killer Queen" é um exemplo disso. As luzes se acendem e um divã roxo está posicionado na passarela que avança pela pista. Nele, Lambert está deitado, lânguido, fazendo caras e bocas. Enquanto canta, abre um leque dourado com o qual se abanda - a performance parece completar a música.

O garoto - que, aliás, já está na casa dos 30
, por isso nem tão jovem é - é um verdadeiro 'case de sucesso': talentoso, performático, carismático. Ele saiu de um programa de calouros e hoje canta com o Queen. Convenhamos que subir num palco com o Queen e enfrentar a avaliação dos fãs da banda não é para os fracos. E durantes as mais de duas horas do show, Lambert provou aos desconfiados fãs que, sim, é capaz. O aval do Queen ele obviamente já tem: a banda até inseriu no repertório do show a faixa
"Ghost Town", da carreira solo de Lambert.

Emoção e repertório de hits

O show todo foi emocionante, mas boa parte do público transbordou em lágrimas durante "Love of My Life", com Brian May na passarela estendida, ao violão, pedindo para o público ajudá-lo a cantar a canção que "ficou famosa graças ao Brasil". Depois da primeira estrofe, Freddie Mercury é projetado no telão ao fundo e é então que a emoção toma conta dos fãs de forma visível e inevitável. A música terminou com May sacando um pau de selfie "estereoscópico", para usar a palavra do próprio músico, que usou para filmar o público atrás de si - e o vídeo pode ser visto aqui.

Antes disso, May havia brincado
com uma câmera instalada no headstock de sua guitarra. Durante a faixa "Fat bottomed Girls", esta filmou os movimentos da mão do guitarrista no instrumento. Mas ao final, o músico virou a câmera para fora e filmou os companheiros de banda e também o público - imagens que apareciam no telão.


O baterista Roger Taylor continua em forma: seu solo foi vigoroso e sua performance, irretocável. Mas ele contou com uma ajuda: seu filho Rufus tocava uma segunda bateria montada no palco - e houve até um momento em que os dois apresentaram um duelo com seus instrumentos.

Não há muito o que dizer sobre o talento dos músicos que já não tenha sido dito repetidamente ao longo dos anos. Brian May e Roger Taylor são incríveis. Seus solos, sua técnica, sua performance e seu carisma - que atualmente, por causa da idade dos músicos, é acrescido de uma simpatia extra que o público dirige a esses senhores que tanto contribuíram para a cena musical mundial - foram ovacionados a cada oportunidade. Aplausos efusivos, assovios e comentários emocionados circulavam entre o público.


Foto: Stephan Solon / Move Concerts

O repertório da apresentação foi fortemente calcado em hits - "One Vision", "Another One Bites the Dust", "Radio Gaga", "Don't Stop Me Now" e "Under Pressure" entre outras - mas teve espaço para faixas menos conhecidas, como "In the Lap of the Gods".

Freddie Mercury apareceu em outro momento do show: em "Bohemian Rhapsody", Adam divide os vocais com o falecido vocalista, mais uma vez projetado no telão. A música, sempre impactante, é o primeiro final da apresentação - por que ainda haverá um bis, é claro.

Já nos primeiros minutos dessa quinta-feira, a banda voltou ao palco do Ginásio do Ibirapuera, com May vestindo uma camiseta verde e amarela com uma bandeira do Brasil estilizada na frente. Adam Lambert entrou enrolado numa bandeira do Brasil e uma coroa na cabeça - uma referência a Mercury. E o show se encerrou com "We Will Rock You" e "We Are the Champions" com uma chuva de papel dourado picado que caiu sobre a pista.



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