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sábado, 14 de junho de 2014

Zezé diz que nome de Raul Seixas em novo CD é estratégia de marketing


Texto: Thays Almendra. Fonte: UOL (São Paulo)
Edição: Jorge Luiz da Silva
Serrinha, BA (da redação Itinerante)


O cantor sertanejo Gian posa para foto com Zezé di Camargo e Luciano antes do show da dupla no Ginásio de Esportes do São Paulo Futebol Club, na capital paulista Cláudio Augusto/Photo Rio News


Com 23 anos de carreira, Zezé Di Camargo e Luciano embarcam em mais um CD com uma pegada ainda mais romântica que o antecessor. "Teorias de Raul" é o nome do novo trabalho da dupla que faz alusão ao cantor Raul Seixas – morto em 1989. Os sertanejos se dizem fãs de Raulzito e acreditam que o nome do pioneiro do rock brasileiro ajuda no marketing do 28º álbum deles. 

Sem citar a palavra homenagem – a qual Zezé abomina -, a dupla diz que as metáforas das músicas "Teorias de Raul" e "Seca Verde" são o ponto forte na comparação com Raul Seixas. No entanto, eles garantem que o CD não foi pensado propriamente no cantor.  "Pintou uma canção chamada 'Letal', de César Augusto. Quando eu vi a letra, achei que tinha a ver com o nome 'Teorias de Raul'. Não era para fazer uma homenagem póstuma. Eu detesto isso. Gosto de escrever/cantar inspirado em pessoas e não para pessoas", explicou Zezé.

O irmão de Luciano e filho de Francisco conta ainda que o nome do álbum está  "chamando a atenção do público". "Sem querer, vai provocar um marketing porque vai despertar a curiosidade das pessoas. 'Será que eles vão regravar músicas de Raul Seixas?', vão se perguntar. Sou um conhecedor profundo da discografia de Raul Seixas e tenho tudo em vinil guardado em casa", avaliou ele.

Zezé di Camargo e Luciano apresentam a turnê "Sonhos de Amor" no Citibank Hall, em São Paulo Cláudio Augusto/Foto Rio News

Em "Seca Verde", Luciano também vê Raul por conta da pegada contestadora na música. Ele conta que a canção fala sobre o Rio São Francisco e tem um cunho social. "Nesse chão rachado, nessa terra dura, nessa seca verde, mora um povo nobre, morrendo de sede, nessa guerra pobre", diz a letra.

"Tenho a ideia de fazer um vídeo em outubro [mês de eleição para presidência, governo estadual, deputados federais e estaduais] com a imagem de alguns políticos sobre as promessas da transposição do Rio São Francisco. O que me frustra é que isso nunca saiu. Essa música fala da importância do rio e do povo que vive nessa seca. E, na verdade, esse povo é o cabresto eleitoral – principalmente do sertão nordestino", lamentou Luciano. 

Questionado sobre o porquê desse tipo de canção não fazer sucesso como na década de 70 e 80 com "Mosca na Sopa" e "Ouro de Tolo" – ambas de Raul –, Luciano diz que cantar sobre isso é algo solitário. "Infelizmente, bater nessa tecla não tem ressonância. Em um país onde se tem a necessidade de cunho social, as pessoas querem ouvir 'Lepo Lepo'. Onde se predomina internet, a ressonância é muito pouca", disse ele.

Foto: Cláudio Augusto / Rio News
Romantismo e Gusttavo Lima

Com uma pegada ainda mais romântica, o CD tem como carro chefe a canção "Flores Em Vida" – nomeada por Luciano como um hit atual e um "ritmo parecidos com as músicas de Rihanna". O disco traz quatro músicas de Zezé: "Amor que alimenta", "Quando fica sem noção", "Cumplicidade" e "Assim será o nosso amor", todas em parceria com Danimar. Além disso, há uma versão "I Can See Clearly Now", de Jimmy Cliff, e participação da banda Roupa Nova na música "Depende".

O álbum conta ainda com a parceria de Gusttavo Lima, fruto natural da amizade entre os três, que está estampada em duas faixas: "Se For Para Judiar", cuja letra é assinada por ele, e "Do Outro lado da Moeda", que tem de fato sua voz e surge aqui como um bônus - já gravado originalmente para o CD de Gusttavo.


  

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